segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Rescaldo

Alguém ganhou livros no Natal? Eu só ganhei um livro de cozinha para acrescentar à minha colecção mas esses não contam para aqui. Continuo a mastigar as "Três chávenas de chá", mas sinto-o pouco narrativo, estou sempre a emperrar em alguma palavra ou nome estranhos.

Atenção: eu disse rescaldo e não ressaca.

Beatrix Potter


Os serões chuvosos são ideais para se pôr em dia os filmes em atraso. O que conta a vida de Beatrix Potter é muito bom. Esta autora e ilustradora de livros para crianças (e adultos?) manteve sempre uma visão doce e inocente do mundo.
O que é melhor nestas histórias (23), além dos desenhos lindíssimos, é que os animais, apesar das roupas, mantêm os comportamentos e atitudes dos animais, sem lições de moral nem recados políticos. Só as habituais preocupações com as cenouras e as hortas apetitosas mesmo ali à mão, guardadas por um jardineiro inflexível.
E tudo isto em aguarela.


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Ser pessoa

Aqui deixo umas ideias boas para esta época. As palavras não são minhas, mas agradaram-me, por isso as partilho:

O facto de que uma árvore seja uma árvore é muito importante para nós. Beneficiamos muito da árvore que é árvore. Da mesma maneira, uma pessoa deveria ser pessoa. Se uma pessoa for realmente uma pessoa, vivendo feliz, sorridente, então todos nós, todo o mundo beneficiará dessa pessoa.
Uma pessoa não tem que fazer muitas coisas para salvar o mundo. Uma pessoa tem que ser uma pessoa. É essa a base da paz.

Thich Nhat Hanh

Agora as minhas palavras mais originais: Feliz Natal!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Na realidade...

Acho que não estou a gostar assim muito do "Três chávenas de chá". Quer dizer, lê-se bem e tal, mas não é um daqueles livros que me esteja a atrair.
Começa por um senhor que vai subir ao K2, a montanha mais perigosa ou mais alta ou whatever do mundo. Este é um daqueles assuntos em que, sem saber porquê, sou inflexível: que perda de tempo, dinheiro e vidas. Não serve para nada. Por aí, fico logo um pouco irritada com o livro.
Depois tem muitos nomes, próprios e de terrinhas, que são difíceis de ler, o que também interfere com a velocidade de leitura.
Por tudo o que aqui fica exposto, se calhar ficamos em banho-maria até ao Natal, altura em que provavelmente vamos enriquecer as nossas estantes, para escolhermos um livro novo - não que depois o vamos discutir nos nossos jantares, mas ninguém precisa de saber isso.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Leituras natalícias

Este livro é uma ternura, ideal para oferecer aos miudos da nossa vida, aos que sabem ler, e aos outros também...
"Adivinha Quanto Eu Gosto de Ti" é Recomendado pelo Plano Nacional de leitura em voz alta em Jardins de Infância (existe um plano nacional para isto?).
Descobrimos este livro o ano passado, mas nessa altura ainda não havia blog... por isso aqui fica a sugestão.

Adivinha Quanto Eu Gosto de Ti

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Se há histórias antigas...

Juro que prefiro passar livros que já li às outras pessoas. Odeio aquela sensação vazia de entrar numa livraria para escolher um livro e não encontrar nenhuma referência. Só "o melhor livro do ano", "a revelação mais surpreendente de todas", "o melhor livro do mês", e por aí, com todas as frases feitas de que o marketing se lembrar.

Então agora, com os miúdos que gravitam à minha volta, sinto-me ainda mais responsável. Escolho livros que já li, repito histórias que conheço há décadas, conto tudo saudável e bonzinho. Ando a emprestar à minha sobrinha mais velha a minha colecção do Enciclopédia Brown, o miúdo filho do detective de polícia que resolve os mistérios da sua cidade à hora do jantar. A colecção é óptima, lembro-me de devorar (várias vezes) os livros que os meus pais me iam comprando. Admito que tenho medo desta nova literatura juvenil e dos valores parvos que promove, o estrelato e o sucesso fáceis, vulgo efeito Morangos com açúcar.

Também fico muito triste quando compro um livro (que andará à volta do preço de uma camisola para os miúdos) e não gosto de o ler. Pior, quando nem quero passar do primeiro capítulo. Tenho um livro desses, que comprei e de que não gostei, e que me irritou imenso por causa disso, porque é só marketing.

Mas entendo que possa haver quem goste, até fizeram um filme sobre o livro e tudo, com a miss Scarlett Johanson. Assim, e uma vez que dar está na moda (check out Oprah's Big Give series), estou a sortear este livro - "Diário de uma nanny" a quem der justificações interessantes para o receber, aqui na caixa de comentários. E, se conhecerem alguém que goste do estilo, passem-lhes este link. Sempre são mais uns visitantes a esta sala de leituras.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Histórias antigas III (ou O Vento nos Salgueiros)

O Vento nos Salgueiros é um clássico da literatura infantil, mas só o li o ano passado… A história tem quatro personagens principais numa Inglaterra bucólica e campestre, e estão presente valores como a aventura, a moral e a camaradagem. O livro está dividido em pequenos capítulos que apesar de terem continuação entre si, também fazem sentido se forem lidos sozinhos.
Não é um livro que os miúdos leiam sozinhos, e até é um bocado grande, mas vale a pena ler com eles. E os desenhos são lindos!
A história começa na Primavera, com a Toupeira a fazer a limpeza da sua toca e ao ir dar uma volta descobre o rio, onde conhece o Rato e ficam muito amigos. Algum tempo depois, no verão, o Rato e a Toupeira visitam o Sapo no Salão do Sapo. Ele é muito rico e amigável, mas egoísta e obsessivo por coisas que depois ele abandona (tem a mania do carros).
A Toupeira então quis conhecer o Texugo, que vive no Bosque Selvagem e é anti-social, mas num dia de inverno a Toupeira entra no bosque e perde-se. O Rato vai à sua procura e encontra-a cheia de frio e no meio da neve (claro). Por acaso, acabam na casa do Texugo, que os acolhe e lhes conta os disparates que o Sapo anda a fazer  (estampou seis carros, tinha estado hospitalizado três vezes e gastava a sua fortuna em multas). Como bons amigos decidem fazer alguma coisa pelo Sapo e tentam convencê-lo a mudar de vida, mas sem sucesso. Por isso os três fecham-no em casa até ele mudar de ideias, mas o Sapo consegue fugir e rouba um carro. É preso e depois de muitas aventuras e desventuras e lições de moral e conversas sobre o bem e o mal, o Sapo redime-se e compensa todos os que ele tinha prejudicado, e os quatro amigos ficam todos contentes uns com os outros. 

[Amor de mãe]

... ao que sabe o amor de mãe em dia de borga com as miúdas?...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Natal livreiro

Já viram que chegou a época natalícia?


(esta é a segunda versão que aqui ponho, a primeira foi retirada, não percebi porquê)

Aqui segue a lista dos melhores livros para oferecer, do New York Times, o melhor jornal do mundo (que tem hoje diariamente mais informação do que aquela que um homem de 70 anos aprendia ao longo da sua vida toda no início do século XX...). Diria que hão-de ser os livros que vão encher as prateleiras das livrarias portuguesas no próximo ano. Tem uma coisa muito boa: podemos ler o primeiro capítulo de cada livro - haverá maior perfeição do que podermos ver logo o que vale um livro? Como é que vocês fazem para decidir se querem ler um livro? Eu leio a primeira página. É o suficiente.

The 10 Best Books of 2008

Jason Fulford and Tamara Shopsin

Published: December 3, 2008

The editors of the Book Review have selected these titles from the list of 100 Notable Books of 2008.

FICTION

DANGEROUS LAUGHTER
Thirteen Stories
By Steven Millhauser.
Alfred A. Knopf, $24.

In his first collection in five years, a master fabulist in the tradition of Poe and Nabo­kov invents spookily plausible parallel universes in which the deepest human emotions and yearnings are transformed into their monstrous opposites. Millhauser is especially attuned to the purgatory of adolescence. In the title story, teenagers attend sinister “laugh parties”; in another, a mysteriously afflicted girl hides in the darkness of her attic bedroom. Time and again these parables revive the possibility that “under this world there is another, waiting to be born.” (Excerpt)

A MERCY
By Toni Morrison.
Alfred A. Knopf, $23.95.

The fate of a slave child abandoned by her mother animates this allusive novel — part Faulknerian puzzle, part dream-song — about orphaned women who form an eccentric household in late-17th-century America. Morrison’s farmers and rum traders, masters and slaves, indentured whites and captive Native Americans live side by side, often in violent conflict, in a lawless, ripe American Eden that is both a haven and a prison — an emerging nation whose identity is rooted equally in Old World superstitions and New World appetites and fears. (First Chapter)

NETHERLAND
By Joseph O’Neill.
Pantheon Books, $23.95.

O’Neill’s seductive ode to New York — a city that even in bad times stubbornly clings to its belief “in its salvific worth” — is narrated by a Dutch financier whose privileged Manhattan existence is upended by the events of Sept. 11, 2001. When his wife departs for London with their small son, he stays behind, finding camaraderie in the unexpectedly buoyant world of immigrant cricket players, most of them West Indians and South Asians, including an entrepreneur with Gatsby-size aspirations. (First Chapter)

2666
By Roberto Bolaño. Translated by Natasha Wimmer.
Farrar, Straus & Giroux, cloth and paper, $30.

Bolaño, the prodigious Chilean writer who died at age 50 in 2003, has posthumously risen, like a figure in one of his own splendid creations, to the summit of modern fiction. This latest work, first published in Spanish in 2004, is a mega- and meta-detective novel with strong hints of apocalyptic foreboding. It contains five separate narratives, each pursuing a different story with a cast of beguiling characters — European literary scholars, an African-American journalist and more — whose lives converge in a Mexican border town where hundreds of young women have been brutally murdered. (Excerpt)

UNACCUSTOMED EARTH
By Jhumpa Lahiri.
Alfred A. Knopf, $25.

There is much cultural news in these precisely observed studies of modern-day Bengali-Americans — many of them Ivy-league strivers ensconced in prosperous suburbs who can’t quite overcome the tug of traditions nurtured in Calcutta. With quiet artistry and tender sympathy, Lahiri creates an impressive range of vivid characters — young and old, male and female, self-knowing and self-deluding — in engrossing stories that replenish the classic themes of domestic realism: loneliness, estrangement and family discord. (Excerpt)


NONFICTION

THE DARK SIDE
The Inside Story of How the War on Terror Turned Into a War on American Ideals
By Jane Mayer.
Doubleday, $27.50.

Mayer’s meticulously reported descent into the depths of President Bush’s anti­terrorist policies peels away the layers of legal and bureaucratic maneuvering that gave us Guantánamo Bay, “extraordinary rendition,” “enhanced” interrogation methods, “black sites,” warrantless domestic surveillance and all the rest. But Mayer also describes the efforts ofunsung heroes, tucked deep inside the administration, who risked their careers in the struggle to balance the rule of law against the need to meet a threat unlike any other in the nation’s history.

THE FOREVER WAR
By Dexter Filkins.
Alfred A. Knopf, $25.

The New York Times correspondent, whose tours of duty have taken him from Afghanistan in 1998 to Iraq during the American intervention, captures a decade of armed struggle in harrowingly detailed vignettes. Whether interviewing jihadists in Kabul, accompanying marines on risky patrols in Falluja or visiting grieving families in Baghdad, Filkins makes us see, with almost hallucinogenic immediacy, the true human meaning and consequences of the “war on terror.” (First Chapter)

NOTHING TO BE FRIGHTENED OF
By Julian Barnes.
Alfred A. Knopf, $24.95.

This absorbing memoir traces Barnes’s progress from atheism (at age 20) to agnosticism (at 60) and examines the problem of religion not by rehashing the familiar quarrel between science and mystery, but rather by weighing the timeless questions of mortality and aging. Barnes distills his own experiences — and those of his parents and brother — in polished and wise sentences that recall the writing of Montaigne, Flaubert and the other French masters he includes in his discussion. (First Chapter)

THIS REPUBLIC OF SUFFERING
Death and the American Civil War
By Drew Gilpin Faust.
Alfred A. Knopf, $27.95.

In this powerful book, Faust, the president of Harvard, explores the legacy, or legacies, of the “harvest of death” sown and reaped by the Civil War. In the space of four years, 620,000 Americans died in uniform, roughly the same number as those lost in all the nation’s combined wars from the Revolution through Korea. This doesn’t include the thousands of civilians killed in epidemics, guerrilla raids and draft riots. The collective trauma created “a newly centralized nation-state,” Faust writes, but it also established “sacrifice and its memorialization as the ground on which North and South would ultimately reunite.” (First Chapter)

THE WORLD IS WHAT IT IS
The Authorized Biography of V. S. Naipaul
By Patrick French.
Alfred A. Knopf, $30.

The most surprising word in this biography is “authorized.” Naipaul, the greatest of all postcolonial authors, cooperated fully with French, opening up a huge cache of private letters and diaries and supplementing the revelations they disclosed with remarkably candid interviews. It was a brave, and wise, decision. French, a first-rate biographer, has a novelist’s command of story and character, and he patiently connects his subject’s brilliant oeuvre with the disturbing facts of an unruly life. (First Chapter)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Então cá vai

Para quem acha que ler ao som de música ambiente vale sempre a pena. Mesmo se for em repeat, mesmo se o repeat não mostrar estas carinhas lindas.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Livros de cores

Adoro livros para colorir. Agora há uns que são uma delícia. 
Os desenhos são tão bonitos, perfeitinhos, branquinhos, só à espera das cores da nossa imaginação para ganhar vida.
Pois... o meu filho tem 18 meses, e claro, pinta fora das linhas. Aliás, para ele nem há linhas, só há um bocado de papel. Também não posso ter a certeza que ele sabe que aquele bocado de papel está lá para ser pintado (ou então ignora-me), como é óbvio, pinta por todo o lado e por acaso, às vezes, até acerta na folha.
Confesso que por vezes tenho de me controlar para evitar um "nãããõooo, essas cores estão todas mal, está tudo torto, estás a estragar o desenho todo", são uns livros tão bonitos... uma vergonha, eu sei. Mas calo muito caladinha e deixo-o fazer os estragos todos (menos paredes, sofás e afins).

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Fast forward

Uma das miúdas já teve uma ideia - que eu apoio - para o próximo livro. Não sabemos nada sobre ele, só o nome e o preço. Temos a sensação de que pode ser uma boa história, precisamos de comentários.

A miúda não deve ter tido tempo para vir aqui pôr esta ideia, antes que se esqueça dela já cá fica. "Três chávenas de chá" é o nome do livro, Greg Mortenson o autor. O livro acho que custa cerca de 16 euros. Digam coisas, para ver se avanço para a compra em sentido de clube.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Histórias antigas II

Outro livro que me marcou imenso (para além de toda a colecção da Enid Blyton - O Colégio das Quatro Torres, As Gémeas de Santa Clara, A Aventura , Os Sete....) e bastante mais tarde foi "Os Cisnes Selvagens". 
Saía da faculdade e no autocarro já ia a pensar no livro, desejosa de mergulhar outra vez na história. 
"Os Cisnes Selvagens" é um relato na primeira pessoa de três gerações de mulheres que viveram na China no século XX. Está muito bem escrito e ajuda a perceber e ordenar um bocadinho da história da China: a avó da narradora nasceu no inicio do século, ainda tem os pés enfaixados e foi dada como concubina a um general muito mais velho. A mãe fazia parte do movimento comunista e passou por toda a revolução cultural de Mao Tsé Tung (é a parte mais assustadora do livro). A autora vive agora em Londres, é professora, e tem uma vida parecida com a nossa. (!!)

PS - Sabiam que o Noddy é da Enid Blyton? Quem disse que um bebé não nos alarga os horizontes culturais?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Histórias antigas


O nosso blog anda um bocado parado e como já acabei de ler o livro da Elizabeth Gilbert, lembrei-me de falar de outras histórias que já li. 
Assim de repente, os primeiros livros a sério que li, foram "Os Cinco" da Enid Blyton. 
Também leram? Não são espectaculares? Acho que marcaram (várias) gerações.
As férias enoooormes, os  lanches maravilhosos recheados de scones quentinhos e compotas caseiras, a promessa de uma aventura empolgante e que acabava sempre bem. Claro que com promenores "à época" (as meninas fazem determinadas coisas e os rapazes outras bem distintas).
Li os livros num ápice e sentia-me sempre em férias com a Ana, a Zé, o David e o Júlio. 
Quem leu de certeza que se lembra que "os pequenos" não dizem, "afirmam", "reparam", "advertem", "exclamam", "perguntam". Não há nada como enriquecer o vocabulário desde pequeninos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Para quem não está a ler o livro

Elizabeth Gilbert é escritora. Um dia percebe que escolheu um caminho errado para a sua vida. É a partir desse momento que decide mudar tudo. Separa-se e inicia uma viagem espiritual em busca de prazer, paz espiritual e amor. Itália, Índia e Indonésia são os três destinos que acolhem uma Liz cada vez mais em paz. Em Itália recupera os quilos perdidos com o divórcio, na Índia recupera a paz interior e espiritual e na Indonésia recupera o amor. Um livro em formato auto-biográfico, muito bem escrito, simplesmente, apesar de bem estruturado. Bom para quem está a precisar de paz e de clarificar a relação com Deus.

Acho curioso que a Liz mude os nomes das pessoas e dos locais por onde passou. Quando se escreve um livro já se sabe o enorme sucesso que ele vai ter?

Sugestões?

E agora? Lemos o quê? 
Enquanto esperamos que todas acabem de ler o livro da Elizabeth Gilbert, podemos falar também de cinema. Eu hoje vou ver o "Rumo ao Norte", um filme francês que já me disseram que é de chorar a rir e um enorme sucesso em França (eeeehhhh, temos babysitter!!!)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Finito

Já está. Ja acabei. Gostei bastante embora não tenha tido nenhum "A-AH moment", nem me senti iluminada. Acho que a mais valia deste livro é a descomplicação (esta palavra existe?) de Deus e a descomplicação do acesso a Deus. Não é necessáriamente obrigatório seguir uma determinada religião para"lá" chegar. Foi o que sempre achei, apesar da minha educação católica e de vivermos numa sociedade que nos empurra para as crenças católicas. É por isso que fico sempre chocada e incrédula com todas as guerras que as religiões provocam, ainda por cima, entre si.
É um livro simpático, leve e agradável de ler. A Liz tem um sentido de humor inteligente e põe por palavras o que, de facto, nós já sabemos. Só não tivemos muito tempo para concretizar e verbalizar. Não é toda a gente que consegue tirar um ano para pensar nestas coisas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

S.O.B. Save Our Blog

Escrever num blogue não é tarefa fácil.
Escrever para nós mesmos é libertador, escrever para amigos é divertido, mas escrever para um blogue impõe algum respeito. Quanto a mim, é assim que as coisas se passam: arranjo um tempinho para postar uma ideias e sei exactamente o que quero dizer. Começo a produzir a bela da literatura. Parto difícil, mas sem dores, vá lá! Escrevo uma frase. Não, não era bem isto. Apago. (tempo a passar...) Bolas, porque é que apaguei tudo? Até não estava mal! Nova frase. Boa! Mas... não gosto desta palavra. Apago. (tempo a passar...) Penso num sinónimo. Aqui está ele. OK. Tento outra frase. Fixe! Até foi fácil... Mas, não! Não posso escrever isto num blogue! Quem lê não me conhece e vai pensar que sou louca. Apaaaagaaa! Volto à estaca zero. A seguir, de repente, penso... quero lá saber! E sai tudo de repente. Todas as ideias alinhadinhas no ecrã, como se nada fora, como se não tivesse acabado de passar pela agonia inicial. Quem não passa por isto, que atire a primeira pedrinha... Vá lá, só uma...
Queridas companheiras do clube, vamos continuar (ou algumas começar!!!) a participar no blogue! O que é bom não pode acabar! Escrevam...sem medos!

domingo, 16 de novembro de 2008

Yoga

No seguimento da nossa conversa sobre yoga e yoga em família, que fazem todo o sentido quando lemos este livro,descobri um sítio que me parece muito giro. Vão dar uma vista de olhos no site do centro Yoga Kids, que fica em Queijas, e que tem aulas de Yoga dos zero aos 99 anos.

Até fazem festas de yoga, o que pode ser uma garantia de que os miúdos não vão passar o tempo todo aos berros como nas típicas festas infantis e de que não saímos de lá com a cabeça a fazer de coador de esparguete.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Temos um problema

Não há restaurantes indonésios em Lisboa. Nem no resto do País. A informação, prestada pela simpática funcionária da Embaixada da Indonésia em Portugal, coloca-nos um problema. Onde faremos o nosso próximo jantar, que deveria ser sobre a Índia, mas, como já falámos um pouco sobre a Índia, será sobre o fim da Índia e a Indonésia?

Penso que podíamos reservar já o dia 4 ou 11 de Dezembro, igualmente 5ªs feiras. Pensem nisso e apresentem ideias. Como combinámos ontem, também é de começar a pensar em próximos livros. Alguém tem propostas?

Índia mística

No Bengal Tandoori da Ajuda come-se sempre bem. A comida é muito bem feita, o atendimento muito simpático. O ambiente é o da verdadeira Índia, com as pinturas na parede e a música a dar o ambiente. Espero que toda a gente tenha achado o mesmo, senão comentem :)

Hoje já entrámos na própria da discussão sobre o livro, todas apresentaram boas desculpas para não participarem no blogue mais activamente, todas nos rimos e divertimos durante um bocado. Passámos um pouco rápido por Itália, penso que no livro a Liz também o faz. Sobre o prazer não há grande discussão. Todas concordamos que deve ser fantástico comer gelado ao pequeno almoço e pizza ao almoço e jantar, mas não é exequível.

A minha parte preferida, já chegadas à Índia(umas, as outras hão-de lá chegar) é: "Os mestres do zen dizem sempre que não podemos ver o nosso reflexo na água corrente, só em água parada". Acho lindo. Toca a respirar fundo.

Acho que estamos todas à vontade umas com as outras e que fazemos uma boa equipa. Espero que quem está um pouco desmotivado com o livro se sinta mais animado.

O velhote que ía partir para o Iraque é que é o velho do Restelo. Nós somos as descobridoras :)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Relaxamento

Os exercícios de meditação e relaxamento da Liz são uma coisa bestial. Não posso dizer que saiba perfeitamente do que ela está a falar porque nunca tentei fazer meditação. Aliás só percebi o que era meditação, a verdadeira, agora. Pensava que era... pensar em qualquer coisa ... ou assim. Mas é precisamente o contrário. É o esforço de não pensar em nada. 
No final das aulas de recuperação do parto e agora nas aulas de Pilates, há sempre um bocadinho maravilhoso dedicado exclusivamente a relaxar. Acho que é mais ou menos a mesma coisa que a meditação, mas é bastante mais fácil porque temos uma pessoa que nos guia, só temos de ir. E eu até consigo chegar àquele ponto de mente vazia. Depois acaba a aula e estamos outra vez na realidade. 
Mas o que será que aconteceria se a aula não acabasse? É essa a minha dúvida, para chegar onde? Acho isso um bocadinho assustador (ou então adormecia simplesmente).

Adeus tristeza

A tristeza é um lugar e pode sair-se de lá. Isto é o que a Liz explica ao putativo candidato a uma ligação, o italiano Giovanni (página 87). Acredito nisso também, não nas ligações putativas, mas sim na possibilidade de se sair da tristeza.

É muito difícil, exige um esforço intenso, mas é possível.

Faz-me confusão quando ouço pessoas a partilhar onde calha - no cabeleireiro, na rua, no café - estarem deprimidas. Penso que a depressão não se propagandeia, combate-se. E anunciar que se está deprimido cola-nos um sticker para sempre. Apaga a nossa força de vontade. Entre as várias coisas que todos somos - filha, mãe, mulher, amiga, companheira, etc. - passamos a ser também deprimida. Que mau labeú.

Por outro lado, penso que os comprimidos suprimem as emoções, mas não as curam. Por vezes, são necessários, quando a tristeza é tão profunda que não nos deixa ver mais nada, mas são perigosos, porque apagam quimicamente uma parte importante da nossa personalidade. Se surge por qualquer motivo, a tristeza passa a fazer parte de nós. Portanto, não é suprimindo temporariamente as emoções que as resolvemos. É com calma, com pesquisa interior, falando com os outros (às vezes os estranhos ainda são mais fáceis), tentando esforçadamente acalmar os demónios interiores.

"Finalmente percebi que posso ir aonde eu quiser" (pág. 115). Esta é a realização da liberdade. Que privilegiados somos hoje, podendo decidir quase livremente da nossa vida.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Finalmente!

Sim, finalmente arranjei tempo e maneira de participar no nosso blogue, o que não quer dizer que não esteja empenhada na leitura do nosso livro, o qual confesso que à partida me deixou um bocadinho de pé atrás. É verdade, quando vi a capa pensei que não seria propriamente aquilo que mais me apetecia ler nesta altura, mas desde que comecei que se tem revelado um agradável surpresa. Estou ainda na parte de Itália e uma das passagens que mais me encantou até agora foi aquela em que ela vai no carro com a amiga e faz uma petição a Deus para que o seu divórcio termine. Identifiquei-me a 100% com a ideia de que os nossos problemas são demasiado "pequenos" para poderem dar origem a qualquer tipo de preocupação divina e fiquei surpreendida e verdadeiramente maravilhada com a forma com a amiga encarou a situação e a incentivou a pedir aquilo que realmente precisava sem qualquer complexo. Não seria mais simples se todos encarassemos a religião com algo menos inalcançável?

domingo, 9 de novembro de 2008

Bel far niente

O que é a suprema beleza de não fazer nada?

Os italianos sabem que têm direito ao prazer, os americanos à culpa e os portugueses, a que julgam ter direito? Eu sinto-me muitas vezes presa às constrições judaico-cristãs, algo que me irrita um pouco e limita. Mas acho que podíamos, enquanto país, especializar-nos em achar que temos direito à felicidade. E se de um dia para o outro as pessoas andassem todas felizes? Com um sorriso na cara tudo é mais fácil...

E, por outro lado, o que é o prazer? Comer faz parte da minha ideia de prazer. Família e amigos também. Chocolate. Caipirinhas. Discutir com pessoas inteligentes. Ler. Descansar. Mergulhar. Ver um bom filme. Andar descalça na praia. Calor. Beijinhos. Descobrir coisas novas. Bolos e biscoitos. Cozinhar....

Dúvida

... E, na página 35, uma dúvida existencial.

Diz o curandeiro para Liz: " Preocupas-te demasiado. Deixas-te sempre levar pela emoção e pelos nervos".

Não é isso a essência de ser mulher? As mulheres não são todas assim?

Amor à primeira

Espero que nenhuma das sócias se farte de me ouvir, mas há alturas em que precisamos mesmo de qualquer coisa para dar energia à nossa vida. Pode ser uma música, acontece-me muito, pode ser um sumo de laranja, é poderoso, pode ser um livro... O que quiserem.

E, como na vida e no amor, para ler um livro e para gostar de o fazer, há um momento em que nos deixamos enrolar, em que percebemos que aquele livro foi feito para ser lido por nós. Como quando percebemos que há um homem que é o homem da nossa vida.

Fiquei apanhada pelo livro que estamos a ler na página 21. Tenho um problema com a gestão de expectativas. Se me dizem que uma coisa é muito boa, elevo a barreira e às vezes é mais difícil gostar tanto como esperava gostar. E, por isso, vou desconfiada, de sobrolho carregado, até ao momento em que descruzo os braços e me entrego, satisfeita, à leitura.

A frase, já não sei quem disse, penso que uma amiga ou a irmã de Liz.

"Ter um bebé é como fazer uma tatuagem no rosto. É preciso ter a certeza que é isso que se quer antes de a fazer."

É engraçado porque desde sempre que sei que queria esta "tatuagem".

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Palavras bonitas

Ainda estou no início do livro (em Itália), mas já me identifiquei com a Liz: adoro italiano, sempre foi a minha lingua preferida. Também já quis ter aulas de italiano só porque sim, só porque é bonito. Tive respostas do mesmo género "o espanhol é mais util", "e porque não o francês?", "mas o que vais fazer com o italiano?", lá está: nada. É só porque é agradável de ouvir e falar. 
Há uns tempos fui visitar uma amiga a Milão e os "ciao bella" que ouvíamos na rua eram sempre uma festinha no ego. Quem é que não gosta de ouvir um piropo bem disposto e galanteador?
A minha lua-de-mel foi passada em Itália e sempre que sabiam que eramos recém-casados, respondiam com um sorriso derretido e romântico: "auguri!" (os homens geralmente davam umas palmadinhas nas costas do F.)
A origem do italiano feita pela Liz é surpreendente e a ser verdade, é um luxo e explica muita coisa.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Um viva esquecido (2)

Mais um viva esquecido, para a observadora e outsider amiga Annie Hall, que mais visivelmente neste blogue nos tem mostrado o seu apreço e consideração. Sempre atenta e divertida, são dela grande parte dos comentários que aqui podemos ler. Se quiser, também poderemos fazê-la sócia honorária e enviar-lhe as actas das nossas reuniões :)

Um viva esquecido

Um viva esquecido para o observador amigo André, que mesmo sem conhecer as nossas capacidades organizativas, literárias e de produção de posts nos pôs entre os seus cinco blogues favoritos. Assim é que é André. Qualquer dia propomos-te para sócio honorário, com direito a receber as actas das reuniões e tudo.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Assim é que devia ser

Olha como nós podíamos fazer o nosso clube de livros, assim numa salinha com ar de biblioteca, com vinho e com tartes caseiras e assim, sei lá, sentadinhas em sofás com um ar super desconfortável. E com queijo.

Acho piada à miúda do cabelo encaracolado que não quer silêncio na vida dela mas que anota todos os dias cinco coisas boas que lhe aconteceram. Já tentei, mas esqueço-me sempre. Da mesma maneira que me esqueço de tirar fotografias aos pés e às mãos dos meus filhos, que vão crescer e que nunca mais vão ser assim, pequeninos e amorosas.

Pestanudo

Fartei-me de rir com a descrição gulosa e glutona que a Liz faz do Giovanni :)

A-ha ainda bem que já compraste o livro!

Sua indolente...

Mas, por acaso, o livro não é uma recomendação do Clube de Livros da Oprah, foi recomendado no próprio do progama. Curiosamente, montes das sócias do nosso clube viram esse programa. Eu acho que fui a única que não o vi. Sabem? É que a minha vida tem coisas mais emocionantes do que ver a Oprah... Como ver o CSI - de que, por acaso também, já estou um pouco farta.

Adiante. Já que estamos a falar sobre a Oprah e porque nos EUA estes clubes estão muito na moda, as editoras lá estão a organizar guiões para orientar as reuniões, que imprimem nas capas dos livros - não são simpáticos? É claro que as perguntas às vezes são um pouco básicas, mas basta para serem um ponto de partida.

A editora do nosso livro nos EUA escolheu, entre outros, estes temas:

- Gilbert writes that “the appreciation of pleasure can be the anchor of humanity,” making the argument that America [e a Europa também] is “an entertainment-seeking nation, not necessarily a pleasure-seeking one.” Is this a fair assessment?

- After imagining a petition to God for divorce, an exhausted Gilbert answers her phone to news that her husband has finally signed. During a moment of quietude before a Roman fountain, she opens her Louise Glück collection to a verse about a fountain, one reminiscent of the Balinese medicine man’s drawing. After struggling to master a 182-verse daily prayer, she succeeds by focusing on her nephew, who suddenly is free from nightmares. Do these incidents of fortuitous timing signal fate? Cosmic unity? Coincidence?

- Do you think people are more open to new experiences when they travel? And why?

- Abstinence in Italy seems extreme, but necessary, for a woman who has repeatedly moved from one man’s arms to another’s. After all, it’s only after Gilbert has found herself that she can share herself fully in love. What does this say about her earlier relationships?

- Sitting in an outdoor café in Rome, Gilbert’s friend declares that every city—and every person—has a word. Rome’s is “sex,” the Vatican’s “power”; Gilbert declares New York’s to be “achieve,” but only later stumbles upon her own word, antevasin, Sanskrit for “one who lives at the border.” What is your word? Is it possible to choose a word that retains its truth for a lifetime?

Já dá muito que pensar. Adorava poder ser eu a fazer isto quando a moda pegar cá por Portugal. É preciso ler os livros com calma e pensar, também com calma, no que eles transmitem e nas discussões que podem despoletar nos leitores. É lindo!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

AH-A

Claro que já sabiam que o livro da Elizabeth Gilbert é uma das sugestões do clube de livros da Oprah? Eu não. Quer dizer, vi agora, que já tenho o livro. E ao ver a foto da Liz lembrei-me que até vi o episódio da Oprah sobre o livro.
Todo o programa é sobre os "Ah-A moments" da Liz (um momento "Ah-A" é quando alguém tem uma revelação fantástica, bate com mão na testa e diz (ou pensa) "Ah-A! Como é que ainda não tinha visto isto antes?"), que são a base e a razão de ser deste livro, os "Ah-A moments" da Oprah, os "Ah-a moments" de algumas senhoras no público e os "Ah-A moments" de espectadoras que enviaram cartas a relatar como tinham sido influenciadas de alguma forma pelas experiências da Elizabeth Gilbert.
Confesso que estou desejosa \ curiosa para saber qual será o meu "Ah-A moment", e sobre quê já agora.
Se não der em nada, é ao menos uma boa desculpa para ir jantar ao Indiano com a certeza de umas boas gargalhadas à mistura. 
A sangria é que não liga muito bem com caril, pois não?

  

Chegada à Índia

Desde que "cheguei à Índia", tenho feito um enorme esforço para mergulhar no mar de tranquilidade descrito por Liz. Juro que tenho. Repito, esperançada, as palavras sábias que poderão estabelecer a ligação directa entre a minha mente e uma qualquer ordem divina. Om (pausa) Namah (pausa) Shivaya (pausa). Om Namah Shivaya. Nada. Não acontece nada. Insisto. Om Namah Shivaya! Hello! Eu estou a pensar Om Namah Shivaya!

Nada vezes nada.

Decido continuar a ler. A conversa de Liz com a sua própria mente, durante a meditação poderia ser minha. Tentar não pensar em nada, para mim, não passa disso mesmo: tentar. A voragem da vida a vencer-me... e eu a tentar... não pensar. Até que, umas páginas depois, encontro o mantra que, tenho a certeza, irá fazer com que eu consiga meditar. Ham-sa. Ou melhor: Ham (a inspirar) sa (ao expirar). Agora é que vou mesmo conseguir!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Spread the word

Ando a dizer a toda a gente que posso que o livro que nós andamos a ler (não andamos?) é um livro muito útil para se ler. Permite-nos desenvolver áreas meio escuras ou pouco desenvolvidas da nossa personalidade. Ando mesmo interessada em alguns dos assuntos aí focados, como a religião.

Acabei de o recomendar a uma mãe e uma filha que costumo encontrar perto de casa. A filha, que conheci na escola secundária, sente-se meia perdida na vida, sem saber o que fazer a seguir, achando-se longe da sua vocação fundamental, que é ser criativa.

Há dias, numa aula com um professor psicólogo, a ideia forte com que fiquei (a mesma que tenho das aulas todas que ando a ter) é que a maior parte das pessoas não sabe o que quer da vida. Penso que somos forçados a definir a nossa vida muito cedo, se calhar cedo demais. Os meus colegas nesse curso, que andam pelos vintes, estão regra geral apáticos nas aulas, não falam, não põem dúvidas, alguns brincam no computador, mesmo sabendo que o professor os vê no reflexo da janela que nos está nas costas. Who cares? é a mensagem que passam. Como podem interessar-se pelas coisas? O que motiva as pessoas e lhes dá energia? Como afastar esta capa de indiferença generalizada?

Lembrete: É dia 13 o nosso jantar, quinta-feira, com Itália lida. Podem?

domingo, 26 de outubro de 2008

Para sempre, pizza

No meu estado normal, sou louca por pizza. É claro que sou uma "louca" selectiva e monomaníaca. Não me deixo seduzir por uma pizza qualquer... Sempre que penso em pizza (e posso assegurar que isso me acontece mais vezes do que desejaria), imagino uma massa quase transparente de fina, com bolhas tostadas e crepitantes nos bordos e mal cozida no centro, coberta, na medida certa, por molho de tomate delicioso e cogumelos frescos cortados finissímos ou, simplesmente, por pesto. Por isso, sinto-me feliz quando consigo enfiar a família no carro e rumar à Avenida de Roma, ou a Santa Apolónia para ir aos meus restaurantes favoritos. O que é difícil neste processo não é a parte de convencer o resto da família. Eles são um bom exemplo de "quem sai aos seus não degenera". Também adoram pizza. O que é mesmo complicado é conseguir sair de casa a horas decentes e enfiá-los no carro para chegar cedo à pizzaria. Já somos muitos... Acabei de ler a descrição que a nossa protagonista faz da sua passagem por Nápoles e são oito da manhã. Significa isso que passei os primeiros momentos da minha manhã de Domingo a deliciar-me a imaginar como serão as melhores pizzas, da melhor pizzaria de Nápoles, o centro mundial das pizzas, e a sentir verdadeiros ciúmes da Liz que lá foi prová-las. Se me perguntarem agora o que quero para o pequeno-almoço, já sabem a resposta!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Próximo encontro

Penso que vamos marcar o próximo encontro para perto do princípio do mês, quando as carteiras estão mais compostinhas, o que vos parece?
Desta vez o restaurante poderá ser indiano e aqui já precisamos de ter uma parte do livro que permita discussão lida, ok? Itália passa com um speed enorme, a Índia é que demora mais tempo a avaliar. Leiam Itália e vamos jantar, pode ser? As combinações em si hão-de ser feitas por e-mail. Hoje temos uma nova blogger, uma das sócias tem o computador avariado e há duas (!!!!) que ainda não aceitaram o convite para aqui vir. Mexam-se miúdas.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

No chão do WC

Ontem, no meio de sopas e jantares e de mudar fraldas e deitar três miúdos, consegui começar a ler o livro. Assim, de repente, li uma série de páginas e fiquei-me a rir com o momento em que Elizabeth, a autora/heroína está desesperada no chão da casa-de-banho, altas horas da madrugada. Sentindo-se sozinha e desesperada no casamento pede ao seu Deus uma ideia, uma luz, uma ajuda para ultrapassar esta crise.
O Deus de Elizabeth, como um bom e ajuízado Deus deve ser, disse-lhe simplesmente:
"Elizabeth, vai-te deitar!". Assim vale a pena ter Deus, um amigo sensato e compreensivo.

As Alegrias da Maternidade

Uma dedada (pequenina e pastosa) de bolacha esmagada na capa do meu livro da Agatha Christie.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Tarefa cumprida

Apesar de nos últimos anos, com grande pena minha, não ter conseguido ler efectivamente nada a não ser revistas e jornais e blogues e sites, ontem acabei o nosso primeiro livro - "Comer, orar, amar".

Fui a primeira das sócias do clube a fazê-lo e tenho tanta coisa para vos dizer sobre o livro que me estou a sentir bloqueada. Não posso obviamente contar nada, porque senão estrago-vos a piada toda.

Posso, no entanto, dizer que a minha parte preferida foi a segunda, sobre a Índia. Estou a passar por uma fase de grande ponderação mental sobre a religião, depois de uma grande fase em que recusei a existência de Deus - não levem a mal, foram as circunstâncias. Cheguei entretanto à conclusão que é impossível recusar a Sua existência. E Elizabeth Gilbert, com a sua simplicidade fascinante, fala sobre Deus tranquilamente e apresenta-me a sua versão, de que gostei imediatamente.

E, garanto, estas leituras estão a fazer-me aceitar muito melhor os meus defeitos e os dos outros - pode parecer disparate, mas a conclusão é que Deus somos nós.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Biografias

Estão tão concentradas a ler o livro da Elizabeth Gilbert e nem têm tempo de vir aqui? Eu ainda não lhe toquei... sim, eu sei, "tens mesmo de ler o livro". Ando às voltas com a autobiografia da Agatha Christie. Confesso que não sabia bem ao que ia... 550 páginas de letras pequeninas e papel amarelo... mas fiquei cativada na primeira linha: "One of luckiest things  that can happen to you in life is to have a happy childhood".
Simples, ternurento e terra a terra. A ler. :)

PS - tb li a do Picasso, mas essa era um bocado irritante. Ele devia ser absolutamente in-su-por-tá-vel.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Primeira pedra

O livro foi escolhido - "Comer, orar, amar", de Elizabeth Gilbert, para as mais distraídas - e a primeira pedra para este clube de livro acaba de ser lançada. O local escolhido foi o restaurante Esperança, no Bairro Alto. Galhofa, pouco se falou sobre o livro. Uns estiveram na varanda, outros há dois séculos atrás. A comida italiana - como a primeira parte do livro - estava muito boa, a conversa ainda melhor. Duas baixas, a compensar no próximo encontro, que há-de ser em casa de alguém. Toca a ler o livro.