O meu eu que adora limpar roupeiros do chão ao tecto, que adora renovar a casa, que adora encher sacos com coisas que já não usa para dar a quem mais precisa; e o meu que adora listas; encontraram-se em mais este trabalho do NY Times. Como escolher quais são os livros que ficam connosco?
Tenho aqui tantos de que gostava de me separar... Não é que sejam lixo mas, de facto, não vou voltar a lê-los ainda que chegue aos cem anos - sugestão de Francine Prose. Também gosto do sujeito - presume-se intelectual - que assume sem rodeios que não quer saber do Wittgenstein. Eu, que ainda me lembro das horas que passei a ouvir um professor qualquer da faculdade a falar sobre Wittgenstein - o génio, o iluminado - sem perceber patavina do que ouvia, rejubilo com a ideia. Se tiver cá algum livro dele, deito-o fora. Out with the bad books, that is my manifesto.
... ao mesmo tempo, também não posso deixar de concordar com o Joshua Ferris, que diz que a par das toalhas mal penduradas das pessoas normais, que vivem em casas com crianças e que não são fanáticas da arrumação, os livros são um must e não são para deitar fora. Eu não quero deitar fora, mas dá-los-ei de bom grado a quem provar tratá-los bem.
Porque os livros são como as relações: de certeza que há um leitor alma gémea espalhado pelo mundo para cada um deles.
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