segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Rescaldo

Alguém ganhou livros no Natal? Eu só ganhei um livro de cozinha para acrescentar à minha colecção mas esses não contam para aqui. Continuo a mastigar as "Três chávenas de chá", mas sinto-o pouco narrativo, estou sempre a emperrar em alguma palavra ou nome estranhos.

Atenção: eu disse rescaldo e não ressaca.

Beatrix Potter


Os serões chuvosos são ideais para se pôr em dia os filmes em atraso. O que conta a vida de Beatrix Potter é muito bom. Esta autora e ilustradora de livros para crianças (e adultos?) manteve sempre uma visão doce e inocente do mundo.
O que é melhor nestas histórias (23), além dos desenhos lindíssimos, é que os animais, apesar das roupas, mantêm os comportamentos e atitudes dos animais, sem lições de moral nem recados políticos. Só as habituais preocupações com as cenouras e as hortas apetitosas mesmo ali à mão, guardadas por um jardineiro inflexível.
E tudo isto em aguarela.


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Ser pessoa

Aqui deixo umas ideias boas para esta época. As palavras não são minhas, mas agradaram-me, por isso as partilho:

O facto de que uma árvore seja uma árvore é muito importante para nós. Beneficiamos muito da árvore que é árvore. Da mesma maneira, uma pessoa deveria ser pessoa. Se uma pessoa for realmente uma pessoa, vivendo feliz, sorridente, então todos nós, todo o mundo beneficiará dessa pessoa.
Uma pessoa não tem que fazer muitas coisas para salvar o mundo. Uma pessoa tem que ser uma pessoa. É essa a base da paz.

Thich Nhat Hanh

Agora as minhas palavras mais originais: Feliz Natal!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Na realidade...

Acho que não estou a gostar assim muito do "Três chávenas de chá". Quer dizer, lê-se bem e tal, mas não é um daqueles livros que me esteja a atrair.
Começa por um senhor que vai subir ao K2, a montanha mais perigosa ou mais alta ou whatever do mundo. Este é um daqueles assuntos em que, sem saber porquê, sou inflexível: que perda de tempo, dinheiro e vidas. Não serve para nada. Por aí, fico logo um pouco irritada com o livro.
Depois tem muitos nomes, próprios e de terrinhas, que são difíceis de ler, o que também interfere com a velocidade de leitura.
Por tudo o que aqui fica exposto, se calhar ficamos em banho-maria até ao Natal, altura em que provavelmente vamos enriquecer as nossas estantes, para escolhermos um livro novo - não que depois o vamos discutir nos nossos jantares, mas ninguém precisa de saber isso.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Leituras natalícias

Este livro é uma ternura, ideal para oferecer aos miudos da nossa vida, aos que sabem ler, e aos outros também...
"Adivinha Quanto Eu Gosto de Ti" é Recomendado pelo Plano Nacional de leitura em voz alta em Jardins de Infância (existe um plano nacional para isto?).
Descobrimos este livro o ano passado, mas nessa altura ainda não havia blog... por isso aqui fica a sugestão.

Adivinha Quanto Eu Gosto de Ti

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Se há histórias antigas...

Juro que prefiro passar livros que já li às outras pessoas. Odeio aquela sensação vazia de entrar numa livraria para escolher um livro e não encontrar nenhuma referência. Só "o melhor livro do ano", "a revelação mais surpreendente de todas", "o melhor livro do mês", e por aí, com todas as frases feitas de que o marketing se lembrar.

Então agora, com os miúdos que gravitam à minha volta, sinto-me ainda mais responsável. Escolho livros que já li, repito histórias que conheço há décadas, conto tudo saudável e bonzinho. Ando a emprestar à minha sobrinha mais velha a minha colecção do Enciclopédia Brown, o miúdo filho do detective de polícia que resolve os mistérios da sua cidade à hora do jantar. A colecção é óptima, lembro-me de devorar (várias vezes) os livros que os meus pais me iam comprando. Admito que tenho medo desta nova literatura juvenil e dos valores parvos que promove, o estrelato e o sucesso fáceis, vulgo efeito Morangos com açúcar.

Também fico muito triste quando compro um livro (que andará à volta do preço de uma camisola para os miúdos) e não gosto de o ler. Pior, quando nem quero passar do primeiro capítulo. Tenho um livro desses, que comprei e de que não gostei, e que me irritou imenso por causa disso, porque é só marketing.

Mas entendo que possa haver quem goste, até fizeram um filme sobre o livro e tudo, com a miss Scarlett Johanson. Assim, e uma vez que dar está na moda (check out Oprah's Big Give series), estou a sortear este livro - "Diário de uma nanny" a quem der justificações interessantes para o receber, aqui na caixa de comentários. E, se conhecerem alguém que goste do estilo, passem-lhes este link. Sempre são mais uns visitantes a esta sala de leituras.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Histórias antigas III (ou O Vento nos Salgueiros)

O Vento nos Salgueiros é um clássico da literatura infantil, mas só o li o ano passado… A história tem quatro personagens principais numa Inglaterra bucólica e campestre, e estão presente valores como a aventura, a moral e a camaradagem. O livro está dividido em pequenos capítulos que apesar de terem continuação entre si, também fazem sentido se forem lidos sozinhos.
Não é um livro que os miúdos leiam sozinhos, e até é um bocado grande, mas vale a pena ler com eles. E os desenhos são lindos!
A história começa na Primavera, com a Toupeira a fazer a limpeza da sua toca e ao ir dar uma volta descobre o rio, onde conhece o Rato e ficam muito amigos. Algum tempo depois, no verão, o Rato e a Toupeira visitam o Sapo no Salão do Sapo. Ele é muito rico e amigável, mas egoísta e obsessivo por coisas que depois ele abandona (tem a mania do carros).
A Toupeira então quis conhecer o Texugo, que vive no Bosque Selvagem e é anti-social, mas num dia de inverno a Toupeira entra no bosque e perde-se. O Rato vai à sua procura e encontra-a cheia de frio e no meio da neve (claro). Por acaso, acabam na casa do Texugo, que os acolhe e lhes conta os disparates que o Sapo anda a fazer  (estampou seis carros, tinha estado hospitalizado três vezes e gastava a sua fortuna em multas). Como bons amigos decidem fazer alguma coisa pelo Sapo e tentam convencê-lo a mudar de vida, mas sem sucesso. Por isso os três fecham-no em casa até ele mudar de ideias, mas o Sapo consegue fugir e rouba um carro. É preso e depois de muitas aventuras e desventuras e lições de moral e conversas sobre o bem e o mal, o Sapo redime-se e compensa todos os que ele tinha prejudicado, e os quatro amigos ficam todos contentes uns com os outros. 

[Amor de mãe]

... ao que sabe o amor de mãe em dia de borga com as miúdas?...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Natal livreiro

Já viram que chegou a época natalícia?


(esta é a segunda versão que aqui ponho, a primeira foi retirada, não percebi porquê)

Aqui segue a lista dos melhores livros para oferecer, do New York Times, o melhor jornal do mundo (que tem hoje diariamente mais informação do que aquela que um homem de 70 anos aprendia ao longo da sua vida toda no início do século XX...). Diria que hão-de ser os livros que vão encher as prateleiras das livrarias portuguesas no próximo ano. Tem uma coisa muito boa: podemos ler o primeiro capítulo de cada livro - haverá maior perfeição do que podermos ver logo o que vale um livro? Como é que vocês fazem para decidir se querem ler um livro? Eu leio a primeira página. É o suficiente.

The 10 Best Books of 2008

Jason Fulford and Tamara Shopsin

Published: December 3, 2008

The editors of the Book Review have selected these titles from the list of 100 Notable Books of 2008.

FICTION

DANGEROUS LAUGHTER
Thirteen Stories
By Steven Millhauser.
Alfred A. Knopf, $24.

In his first collection in five years, a master fabulist in the tradition of Poe and Nabo­kov invents spookily plausible parallel universes in which the deepest human emotions and yearnings are transformed into their monstrous opposites. Millhauser is especially attuned to the purgatory of adolescence. In the title story, teenagers attend sinister “laugh parties”; in another, a mysteriously afflicted girl hides in the darkness of her attic bedroom. Time and again these parables revive the possibility that “under this world there is another, waiting to be born.” (Excerpt)

A MERCY
By Toni Morrison.
Alfred A. Knopf, $23.95.

The fate of a slave child abandoned by her mother animates this allusive novel — part Faulknerian puzzle, part dream-song — about orphaned women who form an eccentric household in late-17th-century America. Morrison’s farmers and rum traders, masters and slaves, indentured whites and captive Native Americans live side by side, often in violent conflict, in a lawless, ripe American Eden that is both a haven and a prison — an emerging nation whose identity is rooted equally in Old World superstitions and New World appetites and fears. (First Chapter)

NETHERLAND
By Joseph O’Neill.
Pantheon Books, $23.95.

O’Neill’s seductive ode to New York — a city that even in bad times stubbornly clings to its belief “in its salvific worth” — is narrated by a Dutch financier whose privileged Manhattan existence is upended by the events of Sept. 11, 2001. When his wife departs for London with their small son, he stays behind, finding camaraderie in the unexpectedly buoyant world of immigrant cricket players, most of them West Indians and South Asians, including an entrepreneur with Gatsby-size aspirations. (First Chapter)

2666
By Roberto Bolaño. Translated by Natasha Wimmer.
Farrar, Straus & Giroux, cloth and paper, $30.

Bolaño, the prodigious Chilean writer who died at age 50 in 2003, has posthumously risen, like a figure in one of his own splendid creations, to the summit of modern fiction. This latest work, first published in Spanish in 2004, is a mega- and meta-detective novel with strong hints of apocalyptic foreboding. It contains five separate narratives, each pursuing a different story with a cast of beguiling characters — European literary scholars, an African-American journalist and more — whose lives converge in a Mexican border town where hundreds of young women have been brutally murdered. (Excerpt)

UNACCUSTOMED EARTH
By Jhumpa Lahiri.
Alfred A. Knopf, $25.

There is much cultural news in these precisely observed studies of modern-day Bengali-Americans — many of them Ivy-league strivers ensconced in prosperous suburbs who can’t quite overcome the tug of traditions nurtured in Calcutta. With quiet artistry and tender sympathy, Lahiri creates an impressive range of vivid characters — young and old, male and female, self-knowing and self-deluding — in engrossing stories that replenish the classic themes of domestic realism: loneliness, estrangement and family discord. (Excerpt)


NONFICTION

THE DARK SIDE
The Inside Story of How the War on Terror Turned Into a War on American Ideals
By Jane Mayer.
Doubleday, $27.50.

Mayer’s meticulously reported descent into the depths of President Bush’s anti­terrorist policies peels away the layers of legal and bureaucratic maneuvering that gave us Guantánamo Bay, “extraordinary rendition,” “enhanced” interrogation methods, “black sites,” warrantless domestic surveillance and all the rest. But Mayer also describes the efforts ofunsung heroes, tucked deep inside the administration, who risked their careers in the struggle to balance the rule of law against the need to meet a threat unlike any other in the nation’s history.

THE FOREVER WAR
By Dexter Filkins.
Alfred A. Knopf, $25.

The New York Times correspondent, whose tours of duty have taken him from Afghanistan in 1998 to Iraq during the American intervention, captures a decade of armed struggle in harrowingly detailed vignettes. Whether interviewing jihadists in Kabul, accompanying marines on risky patrols in Falluja or visiting grieving families in Baghdad, Filkins makes us see, with almost hallucinogenic immediacy, the true human meaning and consequences of the “war on terror.” (First Chapter)

NOTHING TO BE FRIGHTENED OF
By Julian Barnes.
Alfred A. Knopf, $24.95.

This absorbing memoir traces Barnes’s progress from atheism (at age 20) to agnosticism (at 60) and examines the problem of religion not by rehashing the familiar quarrel between science and mystery, but rather by weighing the timeless questions of mortality and aging. Barnes distills his own experiences — and those of his parents and brother — in polished and wise sentences that recall the writing of Montaigne, Flaubert and the other French masters he includes in his discussion. (First Chapter)

THIS REPUBLIC OF SUFFERING
Death and the American Civil War
By Drew Gilpin Faust.
Alfred A. Knopf, $27.95.

In this powerful book, Faust, the president of Harvard, explores the legacy, or legacies, of the “harvest of death” sown and reaped by the Civil War. In the space of four years, 620,000 Americans died in uniform, roughly the same number as those lost in all the nation’s combined wars from the Revolution through Korea. This doesn’t include the thousands of civilians killed in epidemics, guerrilla raids and draft riots. The collective trauma created “a newly centralized nation-state,” Faust writes, but it also established “sacrifice and its memorialization as the ground on which North and South would ultimately reunite.” (First Chapter)

THE WORLD IS WHAT IT IS
The Authorized Biography of V. S. Naipaul
By Patrick French.
Alfred A. Knopf, $30.

The most surprising word in this biography is “authorized.” Naipaul, the greatest of all postcolonial authors, cooperated fully with French, opening up a huge cache of private letters and diaries and supplementing the revelations they disclosed with remarkably candid interviews. It was a brave, and wise, decision. French, a first-rate biographer, has a novelist’s command of story and character, and he patiently connects his subject’s brilliant oeuvre with the disturbing facts of an unruly life. (First Chapter)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Então cá vai

Para quem acha que ler ao som de música ambiente vale sempre a pena. Mesmo se for em repeat, mesmo se o repeat não mostrar estas carinhas lindas.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Livros de cores

Adoro livros para colorir. Agora há uns que são uma delícia. 
Os desenhos são tão bonitos, perfeitinhos, branquinhos, só à espera das cores da nossa imaginação para ganhar vida.
Pois... o meu filho tem 18 meses, e claro, pinta fora das linhas. Aliás, para ele nem há linhas, só há um bocado de papel. Também não posso ter a certeza que ele sabe que aquele bocado de papel está lá para ser pintado (ou então ignora-me), como é óbvio, pinta por todo o lado e por acaso, às vezes, até acerta na folha.
Confesso que por vezes tenho de me controlar para evitar um "nãããõooo, essas cores estão todas mal, está tudo torto, estás a estragar o desenho todo", são uns livros tão bonitos... uma vergonha, eu sei. Mas calo muito caladinha e deixo-o fazer os estragos todos (menos paredes, sofás e afins).